O terceiro mês do ano é marcado tanto por ações que celebram as mulheres, quanto por campanhas que as incentivam a dar atenção a alterações como o câncer de mama e sintomas como corrimento rosa. No caso do Março Amarelo, por exemplo, a ideia é levar informação sobre a endometriose, complicação que atinge o endométrio (um tecido que envolve o lado interno do útero).
O Dr. Marcus Vinícius de Paula, ginecologista e obstetra do Hospital Brasília, fala mais detalhadamente sobre o tema.
Endometriose: o que é?
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A espessura do endométrio varia de acordo com as fases do ciclo menstrual e, quando não há fecundação, ele descama e dá origem ao que conhecemos como menstruação. Entretanto, na gestação, o endométrio desempenha funções essenciais, pois é ele quem abriga e nutre o embrião durante algumas semanas, até que a placenta esteja formada.
A endometriose é uma doença inflamatória que interfere no desenvolvimento do endométrio, e faz com que este possa ser encontrado do lado de fora do útero, na parede uterina ou nos órgãos próximos: ovários, tubas uterinas, bexiga e até mesmo no intestino.
Segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), a endometriose atinge cerca de 15% das brasileiras em idade reprodutiva, estatística que corresponde a quase 8 milhões de mulheres.
Quais os sintomas da endometriose?
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Os principais sintomas de endometriose são semelhantes às manifestações da síndrome do ovário policístico, que incluem dor pélvica, dificuldade para engravidar, cólica, dor ao urinar, sangramento ou dor durante as relações sexuais.
Endometriose tem cura?
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A endometriose tem cura e, para mulheres maduras que já estão na menopausa, a doença pode regredir de forma espontânea, devido à queda na produção de hormônios. Para aquelas que ainda estão em idade reprodutiva, há tratamentos disponíveis.
O que é a endometriose profunda?
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A endometriose profunda é a forma mais agressiva da doença e seus sintomas são bastante intensos devido à extensão das lesões e, principalmente, sua localização. Nesse quadro, há risco de acometimento de qualquer estrutura, sendo as mais comuns: bexiga, vagina, apêndice, intestino e ligamentos útero-sacros.
Quem tem endometriose pode engravidar?
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Como a endometriose interfere nos índices de fertilidade, mulheres que vivem com a doença encontram dificuldade para engravidar de forma natural e as chances de sucesso variam entre 5 e 10%.
“Nem todas as pacientes acometidas por endometriose terão infertilidade ou dificuldade para engravidar. Dentre as mulheres que possuem a doença, algumas podem ser beneficiadas pela cirurgia para ressecção dos focos e uma minoria pode necessitar de tratamentos mais complexos, como a fertilização in vitro.", explica o especialista.
Como tratar a endometriose?
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O diagnóstico da endometriose é realizado por um ginecologista, apoiado por exames como:
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Ultrassonografia;
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Ressonância magnética;
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Laparoscopia;
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Biópsia.
Quanto ao tratamento, o especialista explica:
“Deve ser individualizado e precisa levar em consideração os seguintes pontos: o grau de acometimento da doença, o desejo de gestar e a extensão das lesões. Em casos mais simples, o uso de contraceptivos orais pode ser eficaz para melhora do quadro de dor, enquanto os quadros mais complexos podem requerer procedimentos cirúrgicos."
O Hospital Brasília conta com um núcleo especializado no tratamento de pacientes que vivem com endometriose. A alta tecnologia, somada a uma equipe multidisciplinar, possibilita atenção completa desde o diagnóstico até o pós-cirúrgico. Para mais informações e agendamentos, entre em contato com a nossa Central de Atendimento, pelo número (61) 3704-9000.