Desde que a pandemia virou pauta mundial, temos ouvido muito falar sobre a trombose pulmonar. Também chamada de embolia pulmonar, esta alteração se dá pela existência de trombos (coágulos) que entopem os vasos, impedem a chegada do sangue – e, consequentemente, do oxigênio – no tecido pulmonar.
A Dra. Cristienne Silva e Souza, angiologista do Hospital Brasília, explica mais detalhes sobre o assunto, que tem gerado tantas dúvidas entre a população nesses tempos de covid-19.
O que é trombose pulmonar?
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O tromboembolismo venoso é um quadro grave que exige atenção aos sintomas e tratamento imediato. Como mencionado acima, a presença de coágulos impede a passagem de oxigênio para os pulmões. Por conta das lesões causadas pelo esforço para respirar, há risco de o quadro evoluir e atingir outros órgãos.
Quais as causas da trombose pulmonar?
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A especialista cita os principais fatores de risco que contribuem para o surgimento do quadro:
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Histórico pessoal de eventos tromboembólicos (trombose profunda ou embolia);
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Histórico familiar de tromboembolia;
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Doenças de base (câncer e doenças hematológicas);
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Cirurgias recentes de grande porte;
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Internação prolongada;
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Viagens longas.
Quais os principais sintomas?
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O principal sinal de trombose pulmonar é a sensação de falta de ar, que pode se acentuar à medida que o caso evolui. Os seguintes sintomas também podem estar presentes:
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Dor intensa no peito;
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Respiração ofegante;
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Tosse com sangue;
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Dedos e lábios azulados;
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Palpitações;
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Vertigem.
É muito importante buscar atendimento médico caso apresente qualquer um destes sintomas, pois quanto mais rápido o tratamento, melhor o prognóstico.
Trombose e embolia pulmonar: existe diferença entre elas?
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A trombose consiste na formação de um coágulo, enquanto a embolia é causada pelo deslocamento desse trombo para o pulmão. Sendo assim, a embolia pulmonar é, na verdade, uma complicação causada pela trombose.
Qual a relação entre Covid-19 e trombose pulmonar?
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Apesar de a Covid-19 afetar diversas áreas do organismo, por ser um vírus contraído por via aérea, o sistema respiratório é, naturalmente, um dos mais atingidos, o que justifica os altos números de pacientes que desenvolvem pneumonia (link 1). Além disso, o vírus também influencia na coagulação sanguínea, aumentando os riscos de tromboembolia pulmonar ou venosa.
A Dra. Cristienne Silva e Souza comenta:
“Ainda não se sabe o mecanismo exato pelo qual a Covid-19 aumenta o risco de trombose, mas acredita-se que uma das causas seja intensa reação inflamatória que gera alterações na coagulação."
A vacina contra Covid-19 pode aumentar o risco de trombose?
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Muitas pessoas têm estado receosas em receber o imunizante da Astrazeneca por acreditarem que a vacina pode causar trombose pulmonar. Embora de fato existam alguns casos, este efeito adverso é extremamente raro e o risco é infinitamente menor do que o benefício de se imunizar contra o coronavírus.
Vale ressaltar que todas as vacinas disponíveis no Brasil contam com aprovação e recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e órgãos internacionais como a OMS.
Qual o tratamento para trombose pulmonar?
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Ainda que seja um quadro grave que exige bastante cuidado, é possível curar a embolia pulmonar. Para isso é preciso relatar os sintomas ao médico tão logo eles apareçam, para que o profissional de saúde dê início ao tratamento. O principal objetivo é dissolver o coágulo e facilitar a respiração e oxigenação do sangue. Casos mais simples podem ser resolvidos com o auxílio de medicamentos e uma internação curta. Pacientes mais graves podem precisar passar por uma embolectomia (cirurgia para remoção do trombo) e um tempo maior no hospital.
“Casos graves com instabilidade hemodinâmica (comprometimento da função cardíaca) devem ser tratados cirurgicamente para uma rápida desobstrução da circulação pulmonar. A embolectomia pode ser feita de forma minimamente invasiva por cateteres manipulados pelo cirurgião vascular.", finaliza.
O Hospital Brasília dispõe de estrutura altamente qualificada para tratar esses casos. A unidade Lago Sul está à disposição para atender quem precisa desses cuidados, tanto na etapa de diagnóstico, com exames de imagem de alta precisão, quanto nos procedimentos cirúrgicos.