Dados da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) apontam que a endometriose atinge cerca de 15% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva. Felizmente, com o avanço de pesquisas e o aperfeiçoamento de tecnologias aplicadas à medicina, hoje, as pacientes contam com tratamentos para endometriose cada vez mais seguros e eficazes. Para falar sobre o tema, convidamos o Dr. Alexandre Brandão, ginecologista do Hospital Brasília.
O que é endometriose?
Para saber o que é endometriose, primeiro, precisamos entender o que é o endométrio. Trata-se de um tecido que envolve a parede interna do útero e muda de espessura ao longo do ciclo menstrual. Durante a gestação, tem a função de abrigar e nutrir o embrião por algumas semanas, até que a placenta esteja formada. Quando não há fecundação, descama e dá origem ao processo que conhecemos como menstruação.
A endometriose é uma doença inflamatória que transfere o desenvolvimento desse tecido para fora da cavidade uterina, de forma que o endométrio acaba por se alojar nos ovários, nas trompas, na bexiga e no intestino.
Causas
Segundo o Dr. Alexandre, existem diversas teorias sobre a origem da endometriose. Entretanto, ainda não é possível definir um agente causador por falta de comprovações científicas.
“Não sabemos o porquê de uma mulher ter endometriose e a outra não, não é um quadro ligado a um vírus, por exemplo. Existe uma influência genética, mas não sabemos qual é o gene, a exemplo do que acontece com o câncer de mama. Algumas teorias categorizam a endometriose como uma menstruação retrógrada, uma espécie de malformação ainda durante a gravidez e até mesmo a possibilidade de uma difusão por meio do tecido linfático, processo semelhante ao que ocorre com as neoplasias.”
Sintomas
O sintoma mais comum da endometriose é a dor pélvica ou cólica como conhecemos popularmente. Outras manifestações incluem: dificuldade para engravidar, desconforto ao urinar e/ou evacuar, dor durante as relações sexuais, alterações no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre) e dor nas costas durante a menstruação.
Tratamento para endometriose
O tratamento para endometriose deve respeitar as especificidades de cada caso e as particularidades de cada paciente. Ou seja, é necessário avaliar a extensão da doença, os sintomas e se a mulher deseja gestar. “Para quadros de menor complexidade, contraceptivos orais ajudam a reprimir as crises de dor. Já para os mais complexos, avaliamos a necessidade de intervenção cirúrgica”, detalha o médico.
Existe remédio para endometriose?
Para aliviar os episódios de cólica, é comum que as pacientes recorram aos medicamentos analgésicos. Já para o controle clínico da endometriose, o especialista relata que são usadas medicações hormonais para interrupção da menstruação: anticoncepcional com e sem pausa, DIU e implante, por exemplo.
Tipos de cirurgia de endometriose
Uma vez que a endometriose é uma doença que causa bastante desconforto, tratar a alteração significa aumentar a qualidade de vida da mulher. Confira algumas intervenções disponíveis.
Laparoscopia
A laparoscopia, ou videolaparoscopia, é um método minimamente invasivo para tratamento de alterações na região pélvica. Pode ser feita em consultório ou no hospital, sob anestesia local ou geral. O médico conta com o auxílio de uma câmera para visualizar melhor os órgãos e, assim, remover os focos de endometriose.
Cirurgia robótica
Na cirurgia robótica, por meio de uma pequena incisão, o robô chega a regiões de difícil acesso e garante mais precisão ao médico, pois, ao mesmo tempo que o equipamento reproduz os movimentos do profissional, diminui possíveis tremores.
“As opções de cirurgia para endometriose são a laparoscopia e a laparoscopia assistida por robótica. Além dos diferenciais mencionados anteriormente, outra vantagem dessa última é a imagem 3D, que proporciona melhor resolução e traz benefícios em determinadas etapas do procedimento, principalmente em pontos mais ao fundo da pelve, visto que a pinça do robô se move em 360 graus”, complementa o Dr. Alexandre.
Núcleo de Cuidado Integral à Saúde da Mulher (NCISM)
O NCISM oferece atendimento multidisciplinar e conta com diferentes enfoques. Confira quais são a seguir.
Uroginecologia
Nossos profissionais são capacitados para o atendimento de pacientes com perda de urina, bola na vagina, perda de fezes, disfunções sexuais e sensação de vagina larga, entre outras complicações. Disponibilizamos ainda o estudo urodinâmico, exame não invasivo importante para o diagnóstico e tratamento das perdas urinárias.
Patologia do trato genital inferior
O Serviço de Patologia do Trato Genital Inferior oferece o exame de colposcopia, com enfoque no tratamento do HPV, de lesões pré-malignas, alterações vulvares e vaginais. Contamos com profissionais especializados e um ginecologista oncológico.
Endometriose
O serviço de cuidados para mulheres com endometriose faz atendimento multidisciplinar de mulheres com dor pélvica crônica, cólicas menstruais frequentes e infertilidade, que afetam diretamente a qualidade de vida da mulher. O setor especializado conta com diversos profissionais das mais variadas áreas, como proctologia, ginecologia, nutrição, fisioterapia e psicologia.
A indicação da cirurgia depende de uma avaliação individual e especializada do quadro de cada paciente. Para fazer a sua avaliação com um especialista, agende sua consulta on-line, pelo site do hospital. Você também pode entrar em contato com a nossa Central de Atendimento pelo telefone (61) 3704-9000.