A s****aúde mental é um tema cada vez mais recorrente na mídia, nas redes sociais e nas conversas entre amigos e familiares. O que antes era considerado um estigma, felizmente, tem sido abordado com maior naturalidade, respeito e seriedade.
O início do ano nos estimula a colocar em prática todos os nossos sonhos e projetos, mas isso só é possível se houver harmonia entre a saúde física e a emocional. Esse tema é tão importante que, anualmente, possuímos dois momentos dedicados a ele: o Dia Mundial da Saúde Mental e o Janeiro Branco. Entenda mais o assunto e saiba como manter o bem-estar da mente.
O que é saúde mental?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde não significa apenas a ausência de doenças, e sim um bem-estar físico por completo. Nesse sentido, ter saúde mental possibilita que o indivíduo use suas habilidades, seja produtivo e consiga lidar com o estresse do dia a dia e conviver socialmente.
É importante ressaltar que pessoas mentalmente saudáveis também têm limites e experimentam emoções como raiva, tristeza e frustração. Um transtorno mental pode surgir do excesso de estresse, da estafa ou de algum trauma, por exemplo.
Quais são os distúrbios mais comuns?
Um transtorno mental pode interferir no campo intelectual, emocional e comportamental. Confira quais são os distúrbios com maior incidência entre os brasileiros.
* Ansiedade – cada vez mais comum, a ansiedade causa a sensação de medo, tensão e pessimismo. Sintomas como palpitação e falta de ar são comuns em pessoas que sofrem de ansiedade generalizada e fobias como a síndrome do pânico.
- Depressão – permanecer triste e sem interesse em atividades que costumavam ser prazerosas é um sinal de estado depressivo, que também pode causar distúrbios do sono, irritabilidade, apatia, dificuldade de concentração e mudanças bruscas de peso.
- Esquizofrenia – essa síndrome costuma atingir pessoas mais jovens, provocando alterações comportamentais e alucinações, por exemplo.
- Doenças psicossomáticas – esse mal-estar emocional, que pode estar relacionado com ansiedade e depressão, se manifesta por meio de sintomas físicos como falta de ar, dor muscular, palpitação, diarreia e calafrios, por exemplo.
- Transtornos alimentares – distúrbios como anorexia e bulimia são caracterizados por uma distorção da própria imagem somada ao medo de ganhar peso. Pessoas que vivem com essas alterações tendem a permanecer em jejum por um longo período e podem induzir o vômito por causa da culpa que sentem depois de ingerir algum alimento considerado “calórico".
- Bipolaridade ou transtornos do humor – humor inconstante ocasionado por oscilações imprevisíveis que podem variar entre tristeza, apatia, impulsividade, raiva e alegria súbitas.
- Dependência química – uso abusivo e relação de dependência com a substância, que pode gerar danos em diversas esferas da vida: social, profissional, da própria saúde física ou emocional.
Independentemente de qual seja o tipo de sofrimento psíquico, ter acompanhamento com psicólogos e psiquiatras promove alívio emocional, que, além de trazer bem-estar, auxilia no controle do quadro. Em casos de distúrbios alimentares, por exemplo, indica-se um tratamento multidisciplinar com nutricionista.
Saúde mental na pandemia: como se cuidar?
Todo mundo está vulnerável a apresentar sinais de distúrbios em algum momento da vida, pois, além dos aspectos individuais (genética, por exemplo), certos fatores sociais também contribuem para o adoecimento psíquico. Sendo assim, depois de dois anos de uma pandemia que nos priva de convívio social e tem causado adoecimento e morte de tantas pessoas, é compreensível que nossa saúde mental seja impactada.
O Dr. Pedro Leopoldo, psiquiatra do Hospital Brasília, orienta: “Priorize um tempo para si. Pratique atividades físicas, busque momentos de lazer e processos terapêuticos como a descoberta de um novo hobby, por exemplo."
Quais os sinais de problemas de saúde mental?
O principal sintoma de que algo não vai bem com a saúde mental é o sofrimento.
“Esse sentimento pode se expressar, sobretudo, por meio da perda de prazer em realizar atividades das quais a pessoa costumava gostar. Também pode haver a sensação de redução da capacidade cognitiva, quando a habilidade de lembrar e processar informações não é mais a mesma; impressão de que o sono não é revigorante; perda ou aumento importante do apetite. Outros sinais muito comuns são irritabilidade, impaciência, inquietação, vontade de sair de perto ou correr para um lugar que não se sabe qual é", explica o psiquiatra.
Cuide da saúde mental: dicas para manter o bem-estar
O primeiro passo para cuidar da saúde mental é entender que dedicar um tempo para si não é egoísmo, mas, sim, autocuidado, pois se a mente está adoecida, o corpo também adoecerá. Confira algumas dicas que podem melhorar seu dia a dia.
- Desconecte-se um pouco – nas redes sociais costumamos mostrar nossos momentos felizes e vitoriosos. As fotos, no entanto, não revelam todo o trajeto percorrido até aquela conquista. Por isso, passe menos tempo na internet e lembre-se sempre: não existe vida perfeita.
- Pratique atividades físicas – ser adepto de exercícios faz bem para a saúde em geral, pois, além de ser um estilo de vida saudável, libera endorfina, o hormônio do bem-estar.
- Tenha um hobby – mesmo em meio à rotina atribulada, não deixe de fazer algo que dê prazer.
- Fortaleça seus laços – poder contar com a família, os amigos e o companheiro amoroso tornam nossos dias muito mais felizes. Cerque-se de quem faz bem a você!
Por fim, consulte um psicólogo, mesmo que não apresente sintomas de distúrbios. Lidar com as emoções pode ser uma tarefa realmente desafiadora e você não precisa passar por isso sozinho.