Existem diversos tipos de hepatites, entre os quais está a hepatite medicamentosa. Essa é uma doença caracterizada pela inflamação das células do fígado provocada pelo uso de medicamentos, como o nome já sugere, e também de drogas ilícitas, fitoterápicos ou até mesmo suplementos alimentares. Por isso, a automedicação e o uso indevido de substâncias podem afetar o órgão.
Convidamos a Dra. Natália Trevizoli, hepatologista do Hospital Brasília, para explicar o que é a doença, quais são suas principais causas, sintomas e tratamento. Confira, a seguir.
O que é hepatite medicamentosa?
A hepatite medicamentosa é uma inflamação que afeta o fígado em decorrência do uso de drogas, medicamentos, suplementos alimentares, fitoterápicos ou insumos vegetais, por exemplo, chás e ervas. A doença pode se apresentar nas formas aguda ou crônica.
Esse tipo de hepatite acontece, em alguns casos, pelo excesso do uso de medicamentos tóxicos ao organismo (lesão dose-dependente). Já em outras situações, pode ocorrer pela hipersensibilidade de uma pessoa a algum fármaco, o que faz com que o órgão seja mais suscetível a esse quadro.
A hepatite medicamentosa não é uma doença contagiosa.
Saiba também o que é hepatite B.
Sintomas
Na maior parte dos casos, as hepatites medicamentosas são assintomáticas e detectadas em exames de rotina. Quando apresentam sintomas, eles podem ser:
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hepatite aguda com náuseas;
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vômito;
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cansaço;
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falta de apetite;
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icterícia (olhos e pele amarelados);
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urina escura com cor de café.
Em casos mais raros, a doença pode evoluir com insuficiência hepática grave, ou seja, o fígado deixa de funcionar de forma correta e passa a ter necessidade de cuidados intensivos, assim, em alguns casos, há a indicação de um transplante de fígado com urgência. Já em outros quadros, a doença pode evoluir para uma hepatite crônica ou uma cirrose hepática.
Ao surgirem sintomas como os citados anteriormente, é preciso buscar atendimento médico para diagnóstico e tratamento adequado.
Qual é a causa da hepatite medicamentosa?
A hepatite medicamentosa, como mencionado antes, é uma inflamação provocada pelo uso de medicamentos ou substâncias tóxicas ao organismo que afetam as células do fígado. Os antibióticos são os mais frequentes, bem como os anticonvulsivantes e anti-inflamatórios. Além disso, chás, remédios fitoterápicos e tônicos estimulantes também podem provocar a patologia. Embora muitas pessoas acreditem que os produtos naturais não façam mal à saúde, ainda assim, eles podem ser agentes de contaminação e conter substâncias tóxicas e infecciosas como, por exemplo, metais pesados.
Que fármacos causam a hepatite medicamentosa?
Os principais responsáveis pelo surgimento da hepatite medicamentosa são os anti-inflamatórios, antibióticos e anticonvulsivantes, as ervas fitoterápicas e os anabolizantes, como citamos anteriormente.
Vale enfatizar que nem sempre um mesmo medicamento afeta todas as pessoas, pois algumas podem ser mais sensíveis do que outras a certas substâncias. Por isso, a importância de usar remédios sob orientação médica, para evitar superdosagem ou mesmo seu uso indevido, de acordo com cada organismo.
Quais são os fatores de risco?
Os principais fatores de riscos para a hepatite medicamentosa são:
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uso de medicamentos associado ao uso de álcool;
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idade avançada;
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existência de doenças hepáticas prévias;
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uso de extrato de plantas e doses altas de remédios.
Como evitar hepatite por medicamentos?
Para evitar a hepatite medicamentosa, só use medicações e suplementos com prescrição médica. Além disso, evite fórmulas com promessas milagrosas e o uso de fármacos junto com o consumo de bebidas alcoólicas e use medicações pelo menor tempo e dose necessária possível.
Hepatite medicamentosa e Covid-19: qual é a relação?
Conforme explica a Dra. Natália Trevizoli, “o uso indevido de medicamentos no contexto da prevenção ou do tratamento da Covid-19, sobretudo compostos e ‘kits anticovid-19’, sem evidências científicas, pode acarretar a hepatite medicamentosa”.
Tratamento da hepatite medicamentosa
A Dra. Natália Trevizoli explica que a “forma mais eficaz de prevenir a hepatite medicamentosa é suspender o consumo da substância suspeita e não a usar novamente. Em torno de 90% dos casos melhoram espontaneamente. Já os pacientes assintomáticos precisam receber hidratação e tratamento para aliviar sintomas como coceira, alergia, náuseas e/ou vômitos. E os que têm o funcionamento do fígado prejudicado devem ser encaminhados para uma unidade de terapia intensiva com suporte e avaliação para o transplante hepático.
É importante informar seu médico sobre o uso de medicações em casos de suspeita de toxidade medicamentosa, até mesmo os suplementos, os produtos fitoterápicos caseiros, os chás e as ervas. Depois, é preciso seguir a orientação médica quanto ao uso de alguns remédios ou à mudança no tipo de medicamento.
O médico também poderá solicitar exames complementares para diagnosticar se há alguma lesão hepática tóxica de maneira precoce”, explica a médica.
Transplante no Hospital Brasília
O Hospital Brasília é referência em transplantes de órgãos. Contamos com uma equipe multidisciplinar experiente e temos processos bem definidos e ágeis para os procedimentos no momento em que surge um doador. Por isso, oferecemos esse tipo de cirurgia com grande taxa de sucesso e melhora significativa da qualidade de vida do paciente.
No entanto, sempre é importante lembrar que, na hora de procurar assistência médica para cuidar da saúde do seu fígado, é imprescindível uma avaliação clínica criteriosa e individualizada. No Centro Médico do Hospital Brasília dispomos de atendimento ambulatorial em diversas especialidades, dentre elas a hepatologia.
A partir deste primeiro atendimento, o médico pode orientar a conduta mais adequada para cada caso. Para agendar sua consulta, utilize nossa central de agendamento on line ou o telefone (61) 3704 -9000.