Seja vegano, vegetariano, seja onívoro (pessoas que comem carne), todo mundo tem um prato predileto. Afinal, quem não gosta de uma comidinha gostosa, não é mesmo?!
O problema é que, semelhante ao que ocorre com os diabéticos, mesmo apreciando o sabor de determinados pratos, algumas pessoas infelizmente precisam abandoná-los por sua dificuldade em digerir substâncias – principalmente carboidratos – presentes em alguns alimentos, como o leite, por exemplo. Esse quadro, chamado de intolerância alimentar, acomete cerca de 40% da população brasileira e requer cuidados diários.
Saiba mais sobre o assunto com a Dra. Zuleica Barrio Bortoli, gastroenterologista do Hospital Brasília.
O que é intolerância alimentar?
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A intolerância alimentar é uma resposta do organismo ao consumo de alimentos que não são bem digeridos, o que provoca dificuldade de absorção de nutrientes que podem estar presentes em frutas, grãos, pães, derivados do leite, verduras e vegetais.
É comum que bebês e crianças apresentem alergias alimentares que desaparecem em algum momento da vida, da mesma forma que, a qualquer momento, um adulto pode ser surpreendido com uma intolerância alimentar a algo que nunca havia o incomodado até aquele momento. À medida que envelhecemos, isso se torna ainda mais comum, pois o corpo diminui a produção de enzimas que decompõem alimentos e, consequentemente, a digestão se torna mais lenta e os sintomas de desconforto, mais frequentes.
Quais são os sintomas da intolerância alimentar?
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Você sente desconforto como náuseas, dor de estômago, gases ou diarreia depois da ingestão de alimentos específicos, como pães e derivados do leite? Se sim, você pode sofrer de algum tipo de intolerância alimentar. Normalmente, os sintomas aparecem apenas algumas horas após a ingestão de refeições e bebidas que contenham a “substância vilã". Além das manifestações já mencionadas acima, a Dra. Zuleica Barrio Bortoli destaca outros sinais característicos da condição: distensão abdominal, cólicas e alternância do hábito intestinal, que oscila entre diarreia e intestino preso.
Quais são as causas da intolerância alimentar?
Essa condição é uma reação do sistema digestivo à ingestão de uma bebida ou comida que seu corpo não é capaz de processar.
“Vale destacar que alergia e intolerância são coisas distintas, pois diferentemente da intolerância, a alergia é uma resposta do sistema imunológico a algum alimento que ele julga prejudicial ao organismo", afirma a médica.
Saiba quais são os tipos mais comuns de intolerância alimentar.
Intolerância à lactose
A lactose é um tipo de açúcar presente no leite que é quebrado por uma enzima chamada lactase. A intolerância à lactose é o tipo mais comum de intolerância alimentar, que se caracteriza pelo déficit de lactase e produz sintomas como dor abdominal, inchaço, diarreia, gases e náusea.
Intolerância a glúten
O glúten é a proteína encontrada no trigo, no centeio e na cevada. Pessoas com intolerância ao nutriente podem desenvolver patologias como doença celíaca e sensibilidade ao glúten não celíaca. Os sintomas dos dois quadros são semelhantes e podem incluir inchaço abdominal, diarreia ou prisão de ventre, dor de cabeça, fadiga, dor nas articulações, erupção cutânea e anemia.
Como diagnosticar a intolerância alimentar?
Para a intolerância à lactose, há exames laboratoriais disponíveis, que são os mais frequentemente solicitados.
“Em relação ao glúten, também contamos com exames laboratoriais, mas, na suspeita de doença celíaca, a biopsia endoscópica do duodeno é importante. Para os outros tipos de intolerância, existem os testes respiratórios, que podem fechar o diagnóstico", complementa a especialista.
Qual o tratamento para a intolerância alimentar?
A Dra. Zuleica ainda explica que a intolerância alimentar não tem cura e que o tratamento consiste em retirar da dieta os alimentos que causam a condição. Algumas enzimas podem ser usadas para casos específicos, como a lactase para a intolerância à lactose ou a alfa-galactosidase para a intolerância aos carboidratos complexos.
“O tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por gastroenterologista e nutricionista, a fim de promover adaptações na dieta para que, mesmo com intolerância, o paciente consuma todos os nutrientes necessários", conclui.
Núcleo Especializado em Doenças Intestinais Complexas (Nedic)
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O Núcleo Especializado em Doenças Intestinais Complexas (Nedic) é um projeto inovador e pioneiro na região Centro-Oeste que conta com uma equipe médica multidisciplinar altamente especializada, composta por gastroenterologistas, coloproctologistas, nutrólogos e o suporte das áreas de:
● radiologia;
● endoscopia;
● psiquiatria;
● nutrição;
● enfermagem;
● fisioterapia.
O núcleo oferece um tratamento direcionado para o paciente que necessita de internação hospitalar por causa de doenças intestinais graves, crônicas e complexas como:
● doença de Crohn;
● retocolite ulcerativa;
● síndrome do intestino curto;
● diverticulite complicada;
● obstruções intestinais;
● síndromes disabsortivas,
● colites;
● enterites de várias etiologias, entre outras patologias do trato gastrointestinal.
A equipe está disponível para receber pacientes encaminhados por profissionais externos que não trabalham com internação hospitalar, com a garantia de que ele será reencaminhado a seu médico assistente para acompanhamento ambulatorial por ocasião da alta hospitalar, juntamente com um relatório detalhado sobre sua condição de saúde, tratamento e exames realizados durante o período de internação.
Nosso objetivo é exercer uma medicina de excelência, humanizada, baseada na ética e no conhecimento científico e ajudar o paciente a conquistar melhor qualidade de vida.