Os rins são uma espécie de filtro do corpo. Eles filtram o sangue, eliminando substâncias nocivas, como ureia e ácido úrico e contribuem para o equilíbrio de substâncias como fósforo, potássio e cálcio. Se não funcionam corretamente, as impurezas vão para o sangue, o que pode levar à doença renal crônica.
A doença renal crônica é uma condição muitas vezes silenciosa que pode chegar a estágios realmente graves.
E a prevenção e o tratamento de condições subjacentes, como hipertensão e diabetes, desempenham um papel crucial na redução do risco de desenvolvimento da doença.
Saiba mais sobre o que é a doença renal crônica, suas causas, sintomas e tratamentos.
O que é doença renal crônica?
A doença renal, como o próprio nome sugere, envolve uma lesão nos rins que prejudica o bom funcionamento destes órgãos. O termo "crônica" é utilizado para descrever uma condição que persiste por um período superior a 90 dias.
Portanto, quando ocorre uma lesão permanente nos rins ou algo que resulta em disfunção renal por mais de 90 dias, estabelece-se o diagnóstico de doença renal crônica. Esta é uma condição caracterizada por um processo progressivo e irreversível.
Doença renal crônica: causas
As causas da doença renal crônica incluem:
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Pressão alta (hipertensão arterial): a hipertensão não controlada ao longo de muitos anos pode danificar os rins de forma permanente.
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Diabetes: pessoas com diabetes que não mantêm um controle adequado da glicose no sangue por um longo período têm um risco aumentado de desenvolver lesões renais crônicas.
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Uso abusivo de medicamentos: especialmente de anti-inflamatórios, pode prejudicar os rins ao longo do tempo.
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Doenças autoimunes: algumas condições em que o sistema imunológico ataca erroneamente o próprio corpo, frequentemente afetam os rins e podem levar à doença renal crônica.
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Doenças hereditárias genéticas: algumas doenças renais crônicas têm uma base genética e podem ser transmitidas de geração em geração.
Sintomas de doença renal crônica
Os sintomas da doença renal crônica podem ser divididos em estágios, com algumas fases sendo assintomáticas:
Estágios iniciais:
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Assintomáticos, geralmente sem sintomas perceptíveis.
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Função renal comprometida, mas a pessoa pode levar uma vida normal.
Estágio avançado:
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Cansaço excessivo.
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Indisposição para realizar tarefas do dia a dia.
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Diminuição na quantidade de urina.
Estágio avançado de insuficiência renal:
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Inchaço nas pernas.
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Soluços persistentes.
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Náuseas.
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Vômitos.
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Dores abdominais.
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Possível urina espumosa, com aparência de “sabão em pó” na água.
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Prurido
É importante destacar que, mesmo nos estágios iniciais, a doença renal crônica pode ser diagnosticada por meio de exames médicos, mesmo na ausência de sintomas. Portanto, é crucial fazer check-ups regulares, especialmente se houver fatores de risco, como hipertensão arterial ou diabetes.
Qual médico devo procurar?
Há uma área em comum entre as especialidades de nefrologia e urologia, uma vez que ambas lidam com questões relacionadas aos rins. No entanto, é importante destacar que o nefrologista desempenha um papel fundamental no cuidado clínico desses órgãos.
Portanto, qualquer indivíduo que suspeite ou tenha sido diagnosticado com doença renal crônica deve ser encaminhado a um nefrologista para uma avaliação abrangente.
Como é feito o diagnóstico?
Para diagnosticar a doença renal crônica, são realizados dois exames:
Dosagem de creatinina: a creatinina é uma molécula que reflete o nível de funcionamento dos rins. O aumento nos níveis de creatinina indica que há um acúmulo de resíduos no organismo, sugerindo que os rins não estão funcionando adequadamente. Sendo assim, por meio desse exame é possível calcular a taxa de filtração renal, avaliando assim a função dos rins.
Dosagem de albumina na urina: esse exame detecta precocemente a perda de proteína na urina, indicando um possível problema nos rins. Mesmo quando não há alterações na função renal, a presença de albumina na urina é um sinal precoce de que os rins podem estar começando a sofrer danos. É uma medida importante para identificar problemas renais em estágios iniciais.
Ambos os exames são frequentemente solicitados por médicos para o diagnóstico precoce da doença renal crônica.
Relação entre doença renal crônica e problemas cardiovasculares
A relação entre a doença renal crônica e os problemas cardiovasculares é profunda devido à interconexão vital dos rins e do coração. O coração desempenha a função crucial de bombear sangue pelo organismo, que, por sua vez, passa pelos órgãos, incluindo os rins, várias vezes ao dia. Por outro lado, os rins atuam como um filtro essencial nesse sistema.
Sendo assim, qualquer disfunção no coração, como uma redução na capacidade de bombeamento, pode resultar em um fluxo sanguíneo inadequado para os rins, colocando-os sob estresse e prejudicando seu funcionamento.
Desse modo, a doença renal crônica tem um impacto significativo no coração. Os rins afetados podem não filtrar o sangue de forma eficaz, levando ao acúmulo de líquidos no sistema circulatório. Isso sobrecarrega o coração, aumentando a pressão arterial e exigindo que ele trabalhe mais intensamente para manter a circulação adequada.
Em resumo, a saúde dos rins e do coração está intrinsecamente ligada, e a disfunção em um desses órgãos pode desencadear problemas no outro. Portanto, é essencial monitorar e tratar tanto a doença renal crônica quanto os problemas cardiovasculares de forma abrangente para garantir uma saúde cardiovascular e renal adequada.
Tratamentos para doença renal crônica
O tratamento da doença renal crônica envolve três principais abordagens:
Tratamento da causa subjacente: o primeiro passo é tratar a causa subjacente da doença renal crônica. Isso inclui o controle rigoroso de condições como hipertensão arterial, diabetes e doenças autoimunes, que podem estar contribuindo para a progressão da doença renal.
Uso de medicamentos: o tratamento comum a qualquer causa de doença renal crônica envolve o uso de medicamentos que podem retardar a deterioração da função renal. Isso inclui remédios que podem ajustar a taxa de filtração renal, reduzindo o desgaste dos rins ao longo do tempo e prolongando sua função.
Mudança de estilo de vida: adotar um estilo de vida saudável é crucial para proteger os rins e retardar a progressão da doença renal crônica. Isso inclui seguir uma dieta com restrição de sódio (sal), manter uma ingestão adequada de água, evitar o tabagismo, manter um peso saudável, controlar a obesidade e limitar o consumo excessivo de proteínas, como a carne vermelha.
Essas três abordagens em conjunto visam não apenas tratar os sintomas, mas também retardar a progressão da doença renal crônica, melhorar a qualidade de vida e prolongar a saúde dos rins. É importante seguir as orientações médicas e manter um acompanhamento regular para garantir um tratamento eficaz.
Tratamentos para casos mais graves da doença renal crônica
Quando a função renal de uma pessoa está reduzida a aproximadamente 15% ou menos, as medidas clínicas e farmacológicas começam a ter um impacto limitado. Sendo assim, é necessária a consideração de tratamentos mais eficazes. Nesse estágio, três opções principais se destacam: transplante renal, hemodiálise e diálise peritoneal.
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Transplante renal: é amplamente reconhecido como o tratamento mais eficaz. Envolve a doação de um rim de uma pessoa para outra. Pode ser realizado com um doador vivo ou com um doador falecido.
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Hemodiálise: é um tratamento bem conhecido, no qual o paciente vai a uma clínica e é conectado a uma máquina que retira o sangue de uma veia, filtra-o e o retorna ao corpo. É um procedimento realizado regularmente para remover substâncias tóxicas e resíduos do sangue.
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Diálise peritoneal: é uma opção menos difundida, mas igualmente eficaz à hemodiálise. O paciente realiza esse tratamento em casa. Uma máquina injeta um líquido especial na cavidade abdominal, que não envolve o sangue, e esse líquido remove toxinas e resíduos do corpo, desempenhando a função dos rins. Embora seja conveniente por ser realizado em casa, requer um comprometimento maior do paciente e da família para garantir o sucesso do tratamento.
Contudo, o transplante renal é geralmente considerado o tratamento mais eficaz, mas a disponibilidade de doadores e outros fatores também desempenham um papel importante na decisão do tratamento adequado.