O último censo apresentado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) referente à hemodiálise no país estima que mais de 120 mil pessoas precisem do procedimento em virtude de condições que afetam o funcionamento dos rins, como a doença renal crônica, por exemplo.
No blog de hoje, o Dr. Pedro Mendes, nefrologista do Hospital Brasília, tira as principais dúvidas sobre essa técnica que proporciona bem-estar e esperança, visto que, até meados da década de 1960, pacientes com quadros agudos faleciam pela falta de um tratamento eficaz.
O que é hemodiálise?
Realizada por um equipamento, a hemodiálise é um tratamento que simula a função do rim e “limpa" o sangue, a fim de eliminar toxinas, controlar a pressão arterial e manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio, ureia e creatina.
Para que serve a hemodiálise?
A hemodiálise é indicada para pacientes com quadros de comprometimento grave da função dos rins em que o órgão funciona 15% ou menos. As causas mais comuns de doença renal crônica são:
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diabetes não controlada;
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doenças autoimunes;
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obstrução por cálculos renais;
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pressão alta;
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sepse (infecção generalizada);
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tumores.
“Para os quadros agudos, a hemodiálise funciona como um suporte ao paciente com falência de múltiplos órgãos para que seu organismo consiga se restabelecer. Já nos casos crônicos, o objetivo é promover reabilitação e bem-estar. Isso significa que é possível oferecer mais qualidade de vida às pessoas que convivem com a doença renal", detalha o Dr. Pedro.
Como a hemodiálise é feita?
A hemodiálise é feita pela retirada gradual do sangue do rim por meio de uma agulha para punção da fístula arteriovenosa (FAV), ligação entre uma artéria e uma veia cuja finalidade é torná-la mais grossa e resistente, garantindo, assim, mais segurança durante o procedimento. Essa fístula transporta o sangue para o equipamento, que o devolve filtrado através de um acesso vascular.
“A diálise também pode ser feita por cateter. Nessa abordagem, colocamos o dispositivo em uma veia para que ele puxe o sangue e devolva-o em seguida. Vale destacar que o cateter é uma solução temporária, pois, por ser um corpo estranho, apresenta risco de infecção. Em contrapartida, é uma alternativa de aplicação imediata, diferente da fístula", complementa o nefrologista.
Como é feita a fístula da hemodiálise?
A fístula arteriovenosa pode utilizar veias ou material sintético e é feita, aproximadamente, dois meses antes do início do tratamento por um cirurgião vascular. Em pacientes que ainda não têm a fístula, mas precisam começar a hemodiálise, pode ser usado um cateter. Porém, o médico destaca que esta é uma opção temporária.
Como é a agulha da hemodiálise?
A agulha da hemodiálise é calibrosa, pois precisa permitir o fluxo adequado de sangue. “Temos dois tipos de técnica: uma é com a agulha convencional, pontiaguda, que introduzimos na fístula em todas as sessões. A outra é a de ponta romba, sem aquela ponta tão fininha, que é inserida sempre no mesmo lugar, o que proporciona menos dor ao paciente", explica o Dr. Pedro. Porém, ainda segundo o especialista, o tipo de agulha não tem impacto no tratamento e varia apenas de acordo com a experiência de cada clínico.
Quanto tempo dura?
Não é possível determinar a duração exata de uma sessão de hemodiálise, pois varia de acordo com as particularidades de cada paciente, como quantidade de líquido a ser removido, por exemplo. O Dr. Pedro diz que, em média, a recomendação é de 12 horas semanais, que podem ser divididas das seguintes formas:
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três vezes por semana com duração de quatro horas;
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diária (que tem apresentado bons resultados), em que a pessoa faz duas horas, seis dias por semana, por exemplo.
Cuidados necessários
A principal recomendação do especialista do Hospital Brasília é que o paciente siga as orientações médicas, pois a hemodiálise por si só não resolve tudo. “Ele sempre vai ser avaliado por médico, nutricionista, psicólogo e assistente social. É importante se manter bem; tomar os remédios para hipertensão, caso prescritos; seguir a dieta adequadamente, de acordo com os exames; aqueles que não urinam, precisam controlar a ingestão de água e seguir rigorosamente o indicado pelo médico. Além disso, é preciso ter atenção e cuidado com o cateter e cobri-lo durante o banho, a fim de evitar infecções. No caso da fístula, deve-se evitar forçar o braço para que ela não saia do lugar", detalha o Dr. Pedro.
Atendimento ambulatorial
Consultas de rotina aliadas a exames periódicos são essenciais para detectar a presença de alterações, incluindo aquelas que possam comprometer a saúde dos rins. Além disso, não deixe de buscar ajuda profissional caso apresente qualquer desconforto.
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