A esteatose hepática, também conhecida popularmente como “gordura no fígado”, é caracterizada pelo acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos (células do fígado). Os médicos apontam que é considerado normal que exista um pequeno percentual de gordura no órgão, mas no momento em que o limite ultrapassa os 5%, precisa-se de tratamento.
Isso porque, quando não cuidada, há chances de a esteatose provocar inflamação, o que possibilita a evolução para doenças mais graves, como a cirrose hepática, hepatite gordurosa ou câncer. É o que aponta a Dra. Natália Trevizoli, hepatologista e integrante da equipe do Centro de Referência de Doenças do Fígado, do Hospital Brasília.
A gordura no fígado pode acontecer em decorrência de:
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Colesterol alto;
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Sobrepeso e obesidade;
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Hepatites virais (como B e C);
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Diabetes;
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Resistência à insulina;
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Alta taxa de triglicerídeos;
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Perda ou ganho de peso de forma rápida;
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Consumo excessivo de álcool;
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Uso de medicamentos como corticoides, por exemplo;
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Inflamações crônicas do fígado geradas por conta de outras doenças.
O quadro pode ser modificado após a avaliação médica, com adoção de um estilo de vida saudável, de acordo com a orientação do especialista. É preciso ter atenção ao estado de saúde do paciente, pois, se não tratado, pode haver complicações mais graves.
O que é considerado esteatose hepática leve, moderada e acentuada?
O exame de ultrassonografia classifica de forma subjetiva a quantidade de gordura que se encontra acumulada no fígado. Essa aferição irá determinar o grau da esteatose hepática, que pode ser: 1 (leve), 2 (moderada) e 3 (acentuada). Existem também outras formas de graduar a esteatose, como pela biópsia e por meio de testes não invasivos como a elastografia).
Mas ainda mais importante é a avaliação da presença de inflamação (esteatohepatite) ou fibrose que podem estar associadas e têm correlação com evolução para formas mais graves da doença.
Sintomas de esteatose hepática
Normalmente, a esteatose hepática não exibe sintomas. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada (muitas vezes realizados por outros motivos).
Em outros casos, a hepatite associada à esteatose é detectada através de alterações em enzimas hepáticas (em exames de sangue).
Infelizmente, existem casos em que o paciente já abre o quadro com sintomas relacionados à complicações graves da esteatose como cirrose descompensada e câncer de fígado.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da presença de gordura no fígado é habitualmente feito pelo radiologista em exame de ultrassonografia abdominal de rotina, que detecta geralmente casos de esteatose moderada a acentuada. Casos leves podem não ser detectados no ultrassom e os testes bioquímicos hepáticos podem ser normais ou elevados.
Para definir se a causa da esteatose é DHGNA ou não, é necessária a avaliação de um hepatologista, que investigará o diagnóstico diferencial e a presença de fatores de risco para esteatohepatite por meio do exame físico do paciente, de exames de sangue e de bioimagem. Pode ser necessária realização de biópsia do fígado em casos duvidosos e para investigação de esteatohepatite, presença de fibrose ou cirrose.
Os pilares do tratamento são as modificações dos hábitos de vida:
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Manter uma alimentação balanceada;
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Fazer atividades físicas regularmente;
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Ter um estilo de vida saudável.
Os pacientes com DHGNA, particularmente esteatohepatite, não devem fazer consumo abusivo de álcool e não devem utilizar medicações e chás sem receita médica. O tratamento farmacológico específico com drogas que diminuem inflamação (esteatohepatite) e/ou fibrose pode ser necessário, devendo ser avaliado individualmente pelo seu médico.
No Hospital Brasília contamos com o suporte do Centro de Referências de Doenças do Fígado. Trata-se de uma equipe altamente especializada que utiliza tecnologia de ponta e atendimento multidisciplinar para auxiliar no cuidado com a saúde do seu fígado. Para agendar uma consulta com um de nossos especialistas, ligue para (61) 3704 – 9000.