São seis milhões de mortes a cada ano. No Brasil o AVC é a segunda causa de morte e incapacidade, com um enorme impacto econômico e social. Cerca de 0% das pessoas que sofrem um AVC não retornam ao trabalho depois do acidente vascular cerebral e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia.
O tempo é fundamental para evitar possíveis sequelas graves. Durante um AVC, aproximadamente 120 milhões de células cerebrais morrem por hora.
Se comparada com a taxa de perda celular que ocorre normalmente, é como se, em uma hora, o cérebro envelhecesse 3,6 anos.
A cada 14 pacientes com AVC atendidos dentro da janela de tratamento, de três a 4 horas e meia após o início dos sintomas, é possível evitar uma morte ou incapacidade.
90% dos casos de AVC estão ligados a fatores de risco evitáveis como controle da hipertensão e do peso, exercícios físicos, alimentação saudável, redução do colesterol, redução da ingestão de álcool, identificação e tratamento da fibrilação atrial e redução do risco de diabetes, vida sem tabaco e, claro, o conhecimento sobre a doença.
O AVC é responsável por mais mortes anualmente do que as atribuídas à AIDS, tuberculose e malária juntas – três doenças que foram referências de sucesso em campanhas de saúde pública.
A sociedade, de uma maneira geral, ainda têm dúvidas sobre o AVC e, principalmente, desconhece a doença. Dados da Rede Nacional de Pesquisa em AVC mostram que entre os entrevistados somente 15,6% sabiam o que significava a sigla AVC e apenas 26,5% apontaram o neurologista como o médico responsável pelo tratamento.
A mesma pesquisa tem um dado curioso e que mostra o desconhecimento da população: os entrevistados enumeraram 28 denominações diferentes para o AVC que vão desde agonia, passando por derrame, até passamento e problema de velhice.
A família e os amigos são personagens importantes na percepção dos sinais e início do tratamento. Todos nós precisamos conhecer os sintomas e como retratá-los no momento do atendimento médico.
Em 66% das vezes, quem decide fazer o tratamento não é o paciente e sim a família ou amigos.
Seis desafios básicos:
1. Conheça os seus próprios fatores de risco: hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.
2. Seja fisicamente ativo e exercite-se regularmente.
3. Evite a obesidade, mantendo uma dieta saudável.
4. Limite o consumo de álcool.
5. Evite o fumo do cigarro. Se você fuma, procure ajuda para parar agora.
6. Aprenda a reconhecer os sinais de alerta de um AVC.
Como identificar o AVC?
No Brasil, usamos as siglas 3 F’s e o T:
• F de face: Peça à pessoa para sorrir. O rosto está paralisado de um lado?
• F de força no braço: Peça à pessoa para elevar os braços. Algum deles está dormente?
• F de fala: Peça à pessoa para repetir uma frase simples. A voz está enrolada? A pessoa consegue repetir as palavras, ou é difícil de entender?
• T de tempo / hora de chamar o SAMU: Se a pessoa tiver um destes sintomas o tempo é fundamental. Ligue o 192 para a pessoa ser transportada à urgência hospitalar o mais rapidamente possível.
O AVC acontece quando o suprimento de sangue que vai para o cérebro é interrompido ou drasticamente reduzido, privando as cédulas de oxigênio e de nutrientes. Ou, então, quando um vaso sanguíneo se rompe, causando uma hemorragia cerebral.
Tipos de AVC
AVC isquêmico – é causado pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria do cérebro, o que causa a falta de oxigenação na região. É responsável por cerca 85% dos casos de AVC. Possui como principais fatores de risco a pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo e arritmias cardíacas.
AVC hemorrágico – acontece quando um vaso se rompe espontaneamente e há extravasamento de sangue para o interior do cérebro. Este tipo de AVC está muito ligado a quadros de hipertensão arterial, além de outras patologias como aneurismas e malformações vasculares no cérebro.
A importância da Doença Cérebro Vascular para o Sistema de Saúde no Brasil pode ser estimada pelo fato de representar 8,2 % das internações e 19 % dos custos hospitalares da Previdência Social.
Números que impressionam
O AVC é a segunda principal causa morte no Brasil, perdendo somente para o infarto agudo do miocárdio.
No grupo das doenças cerebrovasculares, o AVC corresponde a pouco mais de 80% das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, além da elevada incidência, há também de se considerar as sérias consequências médicas e sociais que podem resultar de um AVC como: as sequelas de ordem física, de comunicação, funcionais, emocionais, entre outras. O impacto do AVC vai além do paciente, mas também da família e em maior escala na população de modo geral.
Essas sequelas, principalmente nos casos de AVC não tratado, implicam algum grau de dependência, principalmente no primeiro ano após o AVC, com cerca de 30 a 40% dos sobreviventes impedidos de voltarem ao trabalho e requerendo algum tipo de auxílio no desempenho de atividades cotidianas básicas e ajuda para caminhar. Além dos óbitos, dos custos hospitalares e previdenciários, a perda de autonomia entre adultos e a sua consequente dependência é outra forma de expressão da gravidade das incapacidades resultantes da doença.