Ambas as áreas são relacionadas ao sistema musculoesquelético, mas você sabe quando deve procurar cada um desses especialistas?
Tanto a ortopedia quanto a traumatologia são ramos essenciais da Medicina, uma vez que os profissionais dessas áreas são treinados para tratar complicações nos ossos e articulações, bem como nas suas estruturas associadas, que permitem o movimento do corpo humano, isto é, ligamentos, tendões, músculos e nervos. Então, o que as diferencia? Essa resposta é bem mais simples do que você imagina! Confira a matéria abaixo para entender todos os detalhes.
Ortopedia
A principal diferença entre o trabalho de um ortopedista e um traumatologista é o fato de esse primeiro ter seu trabalho mais voltado para o tratamento de condições existentes desde o nascimento ou desencadeadas devido ao desgaste natural que acontece de acordo com o avançar da idade. Ou seja, seu foco são as deformidades de origem anatômica e fisiológica, como, por exemplo, hérnias de disco, desvios de coluna (escoliose, lordose e cifose), lombalgia, doenças congênitas, inflamações e infecções no sistema locomotor humano.
Os médicos que escolhem o caminho da ortopedia são capazes de restaurar o mais alto nível de movimento e função, possibilitando o mínimo de desconforto e risco, ao final de um tratamento bem sucedido. Esse trabalho é imprescindível, uma vez que, na falta de um manejo adequado, complicações ortopédicas podem deixar sequelas duradouras ou danos permanentes.
“Quem trabalha nessa área faz uma residência com duração mínima de 3 anos. Se houver interesse, o médico pode ainda fazer uma subespecialização, que pode ser na área de Traumatologia, Joelho, Coluna, Mão, Pé, Tornozelo, Quadril, Cotovelo, Ombro, Onco-Ortopedia ou Ortopedia Pediátrica, perdurando seus estudos mais 1 ano. Durante a residência, temos contato com o básico de cada uma dessas áreas e das fraturas relacionadas a elas – o residente aprende o básico no tratamento conservador e cirúrgico. Porém, nem todo especialista de Joelho, por exemplo, se sente apto a operar fraturas e, muitas vezes, se dedica somente à parte eletiva da área, como ligamentos, meniscos ou próteses. Nossa especialidade trata dos problemas do sistema locomotor como um todo e dos traumas relacionados a ele, que pode ser além de ossos, músculos e tendões”, explica o Dr. Michal Alexander Danin Kossobudzki, ortopedista e traumatologista do Hospital Brasília.
Ou seja, nem todo médico ortopedista precisa se especializar em traumatologia, mas todo traumatologista deve obrigatoriamente possuir uma formação como ortopedista. O especialista ressalta que existem ainda aqueles que escolhem atuar em ambas as áreas, como ele próprio.
Traumatologia
Esse especialista costuma atender principalmente casos de urgência, envolvendo traumatismos causados em músculos e ossos de todo o corpo humano, provocados por impactos imediatos provenientes de fontes externas. Torções, contusões, fraturas, distensões, luxações e estiramentos são alguns tipos de ferimentos que demandam tratamento com um traumatologista, profissional que pode ajudar um paciente a recuperar e restaurar o uso máximo da área lesionada. Dependendo do tipo de lesão, os traumas podem ser divididos em três categorias:
Penetrantes – quando há rompimento e laceração da pele, como perfurações por armas de fogo e fraturas expostas;
Contusos – quando não há perfuração da pele, como no caso de pancadas ou escorregões;
Mistos – uma combinação dos dois tipos, bastante comuns em acidentes de trânsito, por exemplo.
Dentro de cada uma dessas seções ainda existe uma grande variedade de lesões traumáticas do sistema musculoesquelético. Ou seja, concluímos que essa infinidade de possibilidades tornou necessária a criação dessa subespecialidade dentro da Ortopedia. Como estão na linha de frente do atendimento emergencial de casos graves que podem, inclusive, ser fatais na falta de um atendimento adequado, os traumatologistas também estão habilitados a realizar cirurgias quando necessário.
O Dr. Michal Kossobudzki faz um importante alerta: “Procure sempre um especialista habilitado e que faça parte da sociedade da qual ele se diz especialista – no caso da ortopedia e traumatologia, se trata da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia). Se o médico também atuar em cirurgia de joelho, como eu, é importante ser associado à SBCJ (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho).