O coração é a base do funcionamento do sistema circulatório dos seres humanos, o que significa dizer que esse é o órgão responsável por bombear sangue para todo o corpo, fornecendo oxigênio e nutrientes às células e removendo dióxido de carbono e outros resíduos indesejados.
Diversos fatores podem levar à falência cardíaca, determinando a necessidade de realizar um transplante de coração. Essa opção surge quando medicamentos, mudanças no estilo de vida e procedimentos menos invasivos não foram bem-sucedidos ou suficientes para manter o paciente vivo e saudável.
O Hospital Brasília (HOBRA) é autorizado pelo Ministério da Saúde (MS), desde 2019, para realizar transplantes cardíacos. Para tanto, contamos com uma equipe médica interdisciplinar e referenciada, composta por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e farmacêuticos, entre outros profissionais. Nosso objetivo primordial é oferecer um acompanhamento atencioso e eficaz aos transplantados, antes e depois da cirurgia.
No mês de julho de 2020, a equipe do HOBRA realizou o primeiro transplante de coração no hospital. O procedimento foi a solução para a Sra. Luzanira de Souza Campos, de 64 anos, que desde 2005 vinha sofrendo com uma condição chamada de miocardiopatia dilatada.
Ela sentia cansaço nos menores esforços físicos, além de ter problemas também nos rins por conta do mau funcionamento do coração. Ela chegou a ser internada algumas vezes na UTI por conta da piora na saúde, o que fez com que a médica que a acompanhava sugerisse a possibilidade de um transplante.
O doador surgiu em Santa Catarina, o que exigiu uma força-tarefa para o transporte do órgão até o Distrito Federal, já que um coração pode ficar no máximo 4 horas fora do peito do doador até ser transplantado.
Mais de 10 profissionais integraram a equipe do transplante, liderada pelo cirurgião cardíaco Dr. Fernando Atik, que já acumula quase 15 anos de experiência neste tipo de procedimento e já realizou mais de 270 transplantes.
A vida após a cirurgia de transplante cardíaco
O paciente que passa por um transplante de coração passa a ter uma vida normal e saudável depois que se recupera da cirurgia – alguns se sentem melhor do que nunca!
Porém, se faz necessário administrar medicamentos imunossupressores diariamente para evitar a rejeição do órgão transplantado, isto é, para impedir que as células imunológicas do corpo ataquem o novo coração, por ser um elemento estranho e desconhecido dentro do corpo humano. Além disso, é importante que esse paciente se consulte frequentemente com o médico responsável, sendo esse hábito crucial para a recuperação e o manejo a longo prazo, visando garantir que o novo coração esteja funcionando corretamente.
“Agora, com um coração novo, a paciente precisa continuar tomando medicamentos para evitar a rejeição e manter um estilo de vida saudável”, destacou Dr. Fernando Atik.
A conscientização para a doação de órgãos
O Distrito Federal é uma das unidades da federação com maior número de doações de órgãos no país mas, infelizmente, a pandemia diminuiu consideravelmente este número.
Tanto pelo aumento da mortalidade em casa, quanto pela diminuição do número de acidentes e ainda pela quantidade de doadores contaminados.
Na opinião do Dr Fernando Atik, é preciso haver mais campanhas de conscientização para a doação no Brasil. “Um doador pode salvar muitas vidas, mas as famílias precisam consentir a retirada dos órgãos. Ainda temos muito trabalho pela frente para aumentar o número de doadores”, conclui o médico.