Considerado um tabu ainda hoje, acredita-se que o vírus da imunodeficiência humana, mais conhecido como HIV, surgiu a partir do vírus da imunodeficiência símia (SIV), que era bastante comum entre chimpanzés da África Ocidental. Estudiosos afirmam que a domesticação do primata favoreceu a mutação e contágio pelo ser humano.
Os primeiros casos foram registrados na década de 1980, nos Estados Unidos, Haitii e África Central. Quando chegou ao Brasil, foi chamado de “doença dos 5H", em referência a homossexuais, hemofílicos, haitianos, usuários de heroínas e hookers (profissionais do sexo). Esta denominação deu início a uma onda de preconceito que causou o isolamento e estigmatização desses grupos, que iam a óbito em pouco tempo após o diagnóstico, por conta da infecção já avançada. Hoje, com o avanço das discussões e estudos acerca do tema, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, os pacientes podem ter uma vida plena e com qualidade.
No blog de hoje, a Dra. Camila Magalhães, infectologista do Hospital Brasília, fala sobre os sintomas de HIV e como é feito o diagnóstico.
O que é HIV?
O HIV é um retrovírus e faz parte da subfamília Lentiviridae, que tem como características a incubação prolongada antes do início dos sintomas e do comprometimento das células do sistema imunitário.
Cabe ressaltar que ao contrário do que muitas pessoas acreditam, ser infectado pelo HIV não significa ter necessariamente AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), pois muitos soropositivos demoram anos para desenvolver a doença, apesar de ainda poderem transmitir o vírus. Há ainda os pacientes que têm o diagnóstico precoce e por isso, iniciam o tratamento também de forma precoce. Nesses casos, a chance de avançar para AIDS é muito pequena.
“Basicamente, o que diferencia os dois quadros é o surgimento de infecções e tumores, pois isso significa que o HIV se multiplicou e comprometeu a imunidade o suficiente para que o organismo esteja vulnerável a complicações", explica a especialista.
Como ocorre a transmissão do HIV?
Existe bastante dúvida entre a população sobre as formas de transmissão do HIV. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), apenas fluidos corporais como sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno têm concentração suficiente do vírus para infectar outra pessoa. Isso significa que aperto de mão, beijo, suor e lágrima não oferecem risco algum.
A infectologista esclarece que o contágio pode ocorrer nas seguintes situações:
- Compartilhamento de agulhas e seringas;
- Instrumentos perfurocortantes sem esterilização;
- Sexo sem preservativo;
- Transmissão vertical: a mãe soropositiva transmite para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Quais são os primeiros sintomas de HIV?
Os primeiros sintomas de HIV começam a aparecer entre três e seis semanas após o contágio. Nesse período, há o aumento da carga viral e do risco de transmissão. Os sinais mais comuns são:
- Aumento dos gânglios;
- Diarreia;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta;
- Dor no corpo;
- Fadiga;
- Falta de apetite;
- Febre;
- Náuseas;
- Sudorese;
- Vômitos.
“Um dos pontos que mais atrapalha o diagnóstico precoce é que os sintomas de HIV são semelhantes aos de uma gripe e desaparecem espontaneamente após alguns dias, o que faz com que o paciente muitas vezes não ache necessário procurar um médico", aponta a Dra. Camila.
Qual médico procurar?
A médica explica: “orientamos que as pessoas diagnosticadas com o vírus do HIV procurem um infectologista para acompanhamento e orientações quanto a transmissibilidades, tratamento com antirretrovirais, prevenção de doenças oportunistas, atualização do cartão vacinal conforme orientação para pacientes soropositivos. Pessoas com maior risco de contrair HIV devem ser avaliados pelo profissional para analisar a necessidade da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), orientações quanto à testagem para o vírus e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)."
Como é feito o diagnóstico do HIV?
O teste anti-HIV deve ser feito sempre que houver situação de risco. Além dos testes rápidos, também é possível solicitar ao seu médico que inclua os exames sorológicos no check-up. Dessa forma, basta uma coleta para que ele avalie sua saúde de forma completa.
Tratamento
Há décadas, cientistas buscam uma cura para o HIV. Apesar de ainda não existir uma forma de eliminar de vez o vírus, podemos contar com medicamentos antirretrovirais para impedir o avanço da infecção.
Atendimento ambulatorial
É importante manter suas consultas e exames periódicos em dia, mas não apenas. No caso do HIV, caso você tenha passado por alguma situação de risco, procure uma unidade de saúde o quanto antes para verificar a necessidade de tomar a PrEP ou realizar o teste sorológico.
O Centro Médico Brasília conta com profissionais qualificados nas mais diversas especialidades e estão preparados para oferecer um atendimento acolhedor os pacientes. Para agendar sua consulta, utilize nossa central de agendamento online ou o telefone (61) 3704 -9000.