Dra. Amanda Valadares Braga - Endocrinologista do Hospital Brasília
O diabetes é uma das doenças mais prevalentes da atualidade e sua incidência vem crescendo exponencialmente ao longo dos anos, com estimativa recente de mais de 12 milhões de indivíduos diabéticos no Brasil. Entre as principais causas desse aumento dos diabéticos nas últimas décadas estão os maus hábitos alimentares e a epidemia da obesidade e do sedentarismo.
Tipos de Diabetes
A classificação do diabetes depende de sua causa, conforme a qual existem variações do quadro clínico e do tratamento. O diabetes tipo 1 corresponde de 5 a 10% dos casos e ocorre devido à incapacidade das células do pâncreas de secretar insulina de forma eficiente para manter a glicemia adequada. É o tipo mais comum no caso de crianças e adolescentes e os pacientes acometidos são insulino-dependentes, ou seja, seu tratamento consiste no uso diário de insulina.
O diabetes tipo 2 é a causa mais comum da doença e é causado por acentuada resistência à insulina. Seus principais fatores de risco incluem sedentarismo, idade superior a 45 anos, história pessoal de hipertensão, elevação do colesterol e ou ovários policísticos, sobrepeso/obesidade, parentes de primeiro grau com história de diabetes, dentre outros. O diabetes gestacional é uma situação em que a doença é diagnosticada durante a gestação e deve ser tratada de forma cautelosa para não haver complicações que prejudiquem a mãe ou o bebê. Esse quadro pode ser reversível após a gestação ou pode persistir e evoluir para doença crônica.
Existem ainda tipos menos comuns de diabetes, como o causado por doenças pancreáticas (como pancreatites, tumor pancreático, trauma); o diabetes causado por outras endocrinopatias (como doença de Cushing e acromegalia); o secundário a fármacos como no caso de uso crônico de corticoides e o diabetes da maturidade com início no jovem (ligado a alterações genéticas herdadas e que sofre influência de fatores ambientais).
Sintomas
O diabetes, na grande maioria das vezes, tem um quadro clínico assintomático, sendo por isso frequentemente subdiagnosticado. Pacientes com hiperglicemia muito descontrolada podem cursar com aumento significativo da sede, do apetite, perda de peso rápida e sem aparente razão, aumento da frequência urinária, disfunção erétil, sensação de dormência ou queimação nas plantas dos pés e infecções como as urinárias e as vulvovaginites. As complicações crônicas mais graves do diabetes estão associadas principalmente a alterações na visão (retinopatia diabética), na circulação periférica (causando dores e insuficiência arterial), no funcionamento renal (desde perda de proteína na urina até necessidade de hemodiálise), nos nervos (causando a chamada neuropatia diabética) e no sistema cardiovascular, aumentando o risco de infarto do miocárdio e derrame cerebral.
É importante realizar periodicamente avaliações com endocrinologista para rastreio do diabetes e implementação de medidas preventivas que possam melhorar a qualidade de vida do paciente. Em indivíduos já diagnosticados com diabetes, o seguimento deve ser em média trimestral ou em intervalos mais curtos a depender de cada caso e o acompanhamento deve ser multidisciplinar, com endocrinologista, nutricionista, cardiologista e outros especialistas conforme a necessidade apresentada.