Uma cirurgia de remoção de próstata, feita com auxílio de robô no Hospital Brasília, foi transmitida em tempo real para urologistas que participaram do 3º Congresso Internacional de Robótica Rede Ímpar. O evento, que ocorreu no dia 05 de dezembro no hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, recebeu palestrantes nacionais e um especialista americano que discutiram sobre o uso do robô em cirurgias nas especialidades de urologia, ginecologia, cirurgia geral e coloproctologia.
“O uso do robô como recurso para o médico é relativamente novo e congressos na área consolidam o programa de cirurgia robótica na cidade e ajudam no processo de aprimoramento dos cirurgiões”, afirmou o urologista do Hospital Brasília, Fransber Rodrigues. O especialista participou da cirurgia de retirada de próstata (prostatectomia) transmitida durante o evento, sobre a qual congressistas puderam fazer perguntas e comentários em tempo real.
Ele explica que o robô possibilita a realização, por via menos invasiva, de procedimentos complexos, que antes eram realizados por cirurgia aberta, além de ter diversos benefícios, como, por exemplo, menor incisão e melhor visibilidade para o médico. Em janeiro deste ano, Fransber participou do primeiro transplante renal com auxílio de robô feito por equipe exclusivamente brasileira, no Hospital Brasília.
A aplicação da cirurgia robótica no tratamento de endometriose foi outro tema abordado no congresso. O ginecologista Frederico Corrêa conta que o robô auxilia cirurgias complexas e é muito benéfico para mulheres com a doença. “Na retirada de lesões de endometriose, a plataforma robótica permite melhor acesso a áreas/locais delicados, visualização e precisão”, explica.
Um dos destaques do evento foi o professor assistente de cirurgia no programa de transplante de fígado e cirurgia hepatobiliar do New York-Presbyterian/ Weill Cornell Medical Center, Karim J. Halazun. O especialista ressaltou que o recurso contribui para um melhor pós-operatório. “O robô facilita o acesso a órgãos que ficam dentro de cavidades muito estreitas, como na retirada de um tumor no reto. Além disso, por ser uma modalidade minimamente invasiva, o paciente sente menos dor no pós-operatório, recebe alta precoce e pode voltar à rotina mais rapidamente”, explica.
O evento teve três salas, uma de ginecologia, outra de urologia e a última de cirurgia geral e coloproctologia. As palestras gratuitas ocorreram simultaneamente e ao todo 17 especialistas, referências em suas áreas de atuação, dos Estados Unidos, do Distrito Federal, de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais conduziram discussões sobre a evolução e aplicação da cirurgia robótica.
Para a diretora técnica do Hospital Brasília, Maria de Lourdes Worisch, um congresso internacional reafirma a posição de destaque que a capital federal tem ocupado nos últimos anos. “Cada vez mais, Brasília se consolida no cenário nacional como um dos polos de desenvolvimento científico que realiza procedimentos de alta complexidade com recursos tecnológicos”, conclui a médica.
O Hospital Brasília vem se destacando como uma das instituições privadas que mais realiza procedimentos de alta complexidade. Desde a sua inauguração, em novembro de 2018, o centro de robótica já contabiliza 359 cirurgias assistidas por robô, com habilitação de 28 médicos da cidade, de diferentes instituições.
Durante o encontro, os médicos tiveram a oportunidade ainda de experimentar um simulador de cirurgias robóticas. O Congresso Internacional de Cirurgia Robótica é promovido pelos hospitais da Rede Ímpar em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro. Na capital federal, fazem parte da Rede Ímpar o Hospital Brasília, a Maternidade Brasília e o Hospital Águas Claras (que será inaugurado em janeiro).